quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Doze Anos

http://www.youtube.com/watch?v=RqS4_33Ooqk&feature=player_embedded

Chico Buarque - Doze anos

Ai, que saudades que eu tenho



Dos meus doze anos


Que saudade ingrata


Dar banda por aí


Fazendo grandes planos


E chutando lata


Trocando figurinha


Matando passarinho


Colecionando minhoca


Jogando muito botão


Rodopiando pião


Fazendo troca-troca


Ai, que saudades que eu tenho


Duma travessura


Um futebol de rua


Sair pulando muro


Olhando fechadura


E vendo mulher nua


Comendo fruta no pé


Chupando picolé


Pé-de-moleque, paçoca


E disputando troféu


Guerra de pipa no céu


Concurso de pipoca
 
Esta é a primeira postagem que eu faço neste blog. E, acredite ou não, este é o único link que encontrei com a música que eu queria do Chico (mesmo sendo um ‘cover’). Pensei em começar com uma pergunta: o que você mais sente falta dos seus doze anos? Trocar figurinha? Matar passarinho? Colecionar minhoca? Quando você tinha esta idade claramente não pensava em como sentiria falta das agonias da pré-adolescência, das injustiças e de toda aquela lição de casa, certo? Ah mas como a escala desses probleminhas aumentou! Agora tudo que você já achava difícil de lhe dar com doze anos (aquela pressão da escola, a vida social complicada e seus romances) só aumentou em proporção, aquela matemática que você achava super complicada virou lógica, como se fosse até um fato ao invés de uma questão. Tudo que você achava complexo virou a coisa mais simples do mundo. Pense agora no presente. Será que tudo que nos desafia na vida atualmente vai virar fácil no futuro? Será que realmente aprendemos lições para a vida toda, ou talvez, nós precisamos nos re-ensinar certos aspectos de nossos estudos? Se eu te perguntasse agora o que é uma oração subordinada, você lembraria? Ou em que ano que ocorreu a batalha de Hastings? E que aula você tinha quita-feira de manhã (se você estudou no prep school, deve lembrar que era a nossa obrigação como aluno memorizar o nosso cronograma)? Se nós não nos lembramos destes pequenos fatos que foram usados como a base de nosso ensino, será que isso a faz instável? E qual é a nossa motivação? Se tudo que tentamos aprender algum dia será simplesmente um fato, e não algo que é apreciado por nossos estudos e dedicação, nós nunca estaremos satisfeitos com o que sabemos. “Ai, que saudades que eu tenho dos meus doze anos.” Mas não precisamos ser tão pessimistas. Lembre-se das coisas boas dos seus doze anos e aproveite a vida agora. Não devemos ficar pensando em como a vida foi ou como vai ser. Tudo que você passou na vida foi bom naquele devido momento. O que seria mais sábio, porém o mais difícil, é apenas desfrutar da sua fase atual.